Que tens, criança? O areal da estrada
Luzente a cintilar
Parece a folha ardente de uma espada,
Tine o sol nas savanas. Morno é o vento.
A sombra do palmar
O lavrador se inclina sonolento.
É triste ver uma alvorada em sombras,
Uma vez sem cantar,
O veado estendido nas alfombras.
Mocidade, és a aurora da existência
Quero ver-te brilhar
Canta criança, és a ave da inocência.
Tu choras porque um ramo de baunilha
Não pudeste colher
Ou pela flor gentil da grenadilha.
Dou-te um ninho, uma flor, dou-te uma palma.
Para em teus lábios ver
O riso - a estrela no horizonte da alma.
Não. Perdeste tua mãe, áspero açoite
Dos seus algozes vis,
E vagas tonta a tatear a noite.
Choras antes de rir..., pobre criança!...
Que queres, infeliz!
- Amigo eu quero o ferro da vingança.
Castro Alves